segunda-feira, 10 de maio de 2010

Avaliação com foco no aluno

Douglas Dantas
Quando se desenvolve um curso onde o aluno é o grande ator, o foco principal das atividades, é preciso estruturar muito bem como que será o desenvolvimento do mesmo, para que aqueles não se percam no caminho e consigam desenvolver uma autonomia com o curso e se especializar. Dentro desta estrutura, vem a tona as formas de tutoria e o modo de avaliação que será desenvolvido durante todo o curso e nestes dois temas que iremos destacar neste trabalho.
No caso de um curso a distância com foco no aluno, as tutorias podem ser presencial ou a distância e os alunos tem que ser divididos em grupos de no máximo 30 alunos para cada tutor. De acordo com GIANNELLA, STRUCHINER e RICCIARDI, o tutor é o profissional potencializador da aprendizagem e que além de complementar e facilitar a mediação pedagógica deve estabelecer uma “comunicação empática” com o estudante. Com isso, um curso focado no aluno, deve ter mais que um tutor e sim um profissional de um ambiente de aprendizagem que busca a potencialização do ato educativo numa ação participativa, criativa, relacional e, principalmente, reflexiva. O papel deste na relação pedagógica é uma das características fundamentais da EaD, principalmente quando o ato educativo é entendido como um momento de construção de conhecimento, de intercâmbio de experiências e de criação de novas formas de participação. Um dos principais impactos no papel do tutor em um curso focado no aluno é a forma de mediação pedagógica que se aproxima da concepção de um profissional que facilita a construção de significados por parte dos alunos nas suas interpretações do mundo. O professor da EaD deverá possuir uma concepção clara da construção de conhecimento como um processo dinâmico e relacional advindo da reflexão conjunta sobre o mundo real.
Para que o tutor consiga cumprir o papel e atingir seus objetivos no curso, ele deverá apresentar base teórica consistente, clara concepção de aprendizagem, de seu objetivo, da metodologia a ser utilizada e da avaliação. Em síntese, a formação do professor dos contextos de EaD deve estimular a construção das seguintes competências:
• desenvolver base teórico- conceitual de sua prática, vivenciando-a de forma coerente com a abordagem construtivista;
• conceber a aprendizagem como inter-aprendizagem: educador e educando aprendem com suas ações e reflexões, sendo ambos responsáveis pelo conhecimento produzido;
• desenvolver poucos conceitos com maior profundidade, encorajando os alunos a buscarem diferentes pontos de vista, a desejarem aprender e entender, apropriando-se e responsabilizando-se pelo conhecimento produzido;
• propiciar análise de experiências significativas, desenvolvendo a reflexão crítica sobre as experiências da vida e da prática diária dos alunos;
• ser um orientador, deixando que o aluno construa seu próprio entendimento da realidade a partir de múltiplas perspectivas de análise;
• promover a comunicação entre os grupos, compreendendo a educação como um processo de comunicação onde se privilegia o intercâmbio de experiências e a circulação de saber entre os agentes do processo (educandos e educadores).

Quando o assunto é a avaliação, deve-se ter em mente qual a melhor forma de avaliar o aluno, sabendo que ele ó o foco de todo o desenvolvimento do curso. Precisamos ter instrumentos que demonstrem o percurso de aprendizagem do educando, ter mais de um instrumento para checar a aprendizagem de um mesmo conceito e todo instrumento deve ser revisto pelo educando com a orientação do tutor. Além disto, o tutor deve estimular os alunos a apontarem suas dificuldades, realizar sempre auto-avaliação e reorganizar o planejamento para contemplar as dificuldades apontadas. Cabe ao tutor também neste curso, elaborar novos instrumentos considerando os objetivos não atingidos, buscando sempre ajudar os alunos para as próximas etapas.
Desta forma, objetivando o foco no aluno proposto pelo curso, cabe ao tutor desafiá-los a superar as dificuldades e continuar progredindo na construção dos conhecimentos. O valor da avaliação encontra-se no fato do aluno poder tomar conhecimento de seus avanços e dificuldades e “para não ser autoritária e conservadora, a avaliação tem a tarefa de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá de ser o instrumento da identificação de novos rumos” (Luckesi, 1999)


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

DANTAS, D.M.; MAESTRO, V. – Procedimentos para uma boa avaliação. Disponível em: <> Acesso: 17/04/2010.

GIANNELLA, T.R.; STRUCHINER, M. Educação a distância: conceitos e potencialidades - síntese adaptada do Capítulo 7 do livro Aprendizagem e Prática Docente: conceitos, paradigmas e inovações de Struchiner, M. & Giannella, T.R., publicado em 2005, pela Organização Pan Americana da Saúde.

GIANNELLA, T.R.; STRUCHINER, M.; RICCIARDI, R. Lições aprendidas em experiências de tutorial a distância: fatores potencializadores e limitantes. Tecnologia Educacional. Ano XXXI, n. 161-162, 2003.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1999.

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